O negócio é o seguinte: a gente ama o Anthony Bourdain.
O chefe malucão, junkie, fumante inveterado que viajava pelo mundo nos mostrando as melhores coisas pra comer e pra se divertir, de São Paulo ao Laos, de Salvador a Paris.
Apesar de tudo ou por causa disso tudo, Tony se matou. Spoiler alert.
Este tnao esperado Roadrunner é o documentário sobre a morte de Bourdain.
Sobre sua vida, mas mais sobre sua morte, onde seus amigos mais íntimos ainda choram, 2 anos depois da tragédia, suas memórias são revividas, suas intimidades são mostradas.
É tudo muito lindo, muito poético se não fosse por 2 motivos que pra mim colocam tudo por água abaixo.
Primeiro: entrevistaram todo mundo próximo a Bourdain, menos Asia Argento, sua última namorada, seu último amor da vida, e a quem culpam pela morte do cozinheiro.
Pois é, ela sai como a vilã e nem pode se defender.
Bem estranho.
Agora o pior.
Segundo: o filme é narrado pelo próprio Bourdain, já que em arquivo, de tudo o que ele já fez na televisão e em filme, o material é praticamente infinito.
Mas mesmo assim existem locuções do Bourdain que foram feitas pós mortem, via Inteligência Artificial.
E o pior do pior: a gente não sabe o que não é de verdade neste documentário, onde a gente deveria ter certeza que tudo ali é real.
Claro que a gente sabe que o real no documentário é sempre “manipulado” pelo diretor e pelo editor, mas sempre a partir de algo que foi filmado, não a partir de algo que o próprio Bourdain não tinha falado previamente.
Complicado.
NOTA: 🎬🎬🎬1/2