Finalmente assisti essa pérola franco-japonesa que abriu uma das mostras do Festival de Cannes de 2021 e desde então vem deixando todo mundo apaixonado.
Onoda conta a história real de Hiroo Onoda, um oficial do exército japonês que se recusou a acreditar que a Segunda Guerra Mundial havia acabado em 1945 e continuou lutando em uma ilha remota das Filipinas pelo seu país.
Por essas e outras que a gente sempre pensa que a vida real sempre é mais estranha que a ficção.
O filme do diretor Arthur Harari é de uma sutileza e de uma precisão invejáveis.
Paa começar, parece que estamos assistindo um filme feito lá em 1945, de tão formal e até meio sisudo que é Onoda, apesar de todo seu humor oriental bem sutil.
Mas quando a gente vai descobrindo, ou pelo menos tentando entender o que vai acontecendo com Harari (vivido brilhantemente pelo ótimo Yuya Endo), Onoda vai se transformando em uma obra de arte.
Tudo no filme poderia dar muito errado, se estivesse em mãos que não as desse diretor francês que já nos tinha mostrado a que veio com seu ótimo Sybil.
Em Onoda a mão por vezes pesada de Harari se faz necessária para “baixar a bola” de uma história que é maior que a vida.
Alguém passar 30 anos de sua vida vivendo em uma ilusão maníaca, acreditando piamente que o mundo inteiro está mentindo para ele é o suficiente para que Onoda fosse ser qualquer coisa menos um grande filme.
Onoda é um filme de amor e de loucura, o que muita gente poderia entender como 2 faces de uma moeda.
Aqui o amor do soldado por seu país e o que ele faz para manter a moral japonesa alta depois de ter perdido uma guerra e de se aplaudir e ao mesmo tempo, de dar risada.
Onoda não é fácil, é uma caminhada fílmica que por vezes nos deixa com dor nos pés, mas que compensa com a paisagem mostrada quando atingimos o ponto final.
NOTA: 🎬🎬🎬🎬