094/2022 SHEPHERD

Quando a gente acha que nunca mais vai ter um filme bom que se passe em um farol depois de O Farol, vem um povo diretamente da Escócia comandado pelo roteirista e diretor Russell Owen e dá na nossa cara.

Shepherd, o pastor, é uma descida ao inferno da alma, um filme sobre um homem que lamenta muito a morte de sua esposa, que não se perdoa pelo acontecido, principalmente por ela estar grávida, mesmo que existisse a possibilidade dele não ser o pai da criança, já que ela era conhecidamente adúltera.

Eric Black (a surpresa Tom Hughes) para tentar superar a desgraça, aceita um trabalho como pastor de ovelhas em uma ilha mínima e remota onde ele precisa morar com seu cachorro e mais ninguém. Nem mais nada, além dos animais.

Obviamente que se para alguém com a saúde mental em dia seria complicado morar isolado em uma ilha perdida no meio do inverno, para Eric, que inclusive pensou em suicídio, passar esse tempo na ilha não é fácil, principalmente porque cada barulho de vento, cada onda que quebra na orla faz do silêncio uma possibilidade infinita de histórias de desespero criadas na mente atormentada do pastor.

Medo, desespero, falta de noção de realidade, memórias que se perdem, tudo isso à beira do mar e da loucura, num filme que me surpreendeu não só por se afastar ao máximo do farol americano mas principalmente pela direção ousada que o filme toma a partir de momentos até muito óbvios do roteiro, que depois a gente percebe que estavam lá para serem usados e revertidos em surpresas das melhores.

NOTA: 🎬🎬🎬🎬

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