048/2023 O SENHOR DAS FORMIGAS

Ginani Amelio, diretor de O Senhor das Formigas, tem um nome bem considerado no cinema italiano.

Mas quando fui lembrar de seus filmes, cheguei a conclusão que nenhum dos tantos que ele já lançou é um filmão.

O Senhor das Formigas é mais um desses.

Ao contar a história do poeta, dramaturgo gay Aldo Braibanti, preso em 1968 exatamente por ser gay por um sistema jurídico fascista em vigor na Itália, Amelio perdeu a oportunidade de fazer um filme politicamente bertolucciano e se contentou em contar uma versão novelesca do drama todo.

Mesmo tendo focado a história através dos olhos de um jornalista combativo, que acabou sofrendo censura e muitos outros tipos de abuso à época, Amelio não foi tão feliz.

O Senhor das Formigas começa bonito, começa interessante nos mostrando o quanto Braibanti ser ousado e liberado mesmo para o ano do verão do amor, da explosão da contracultura política francesa.

Ele tinha ideias muito além de seu tempo, tentou viver sob uma filosofia própria e foi pego literalmente de calças curtas sem a menor chance de se defender, já que todo o sistema estava absolutamente infectado pelo vírus (ainda) da extrema direita.

Mais uma vez os italianos perdem a chance de contar uma história de um ícone LGBTQ de forma pelo menos razoável e nos entregam um filme preguiçoso, metódico, previsível e o pior de tudo, sem graça.

Tem gente que não aprende.

NOTA: 🎬🎬1/2

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