Cansado daquele monte de filme gay mal escrito e mal feito vindo de uma sub Hollywood, fico procurando filmes bons feitos longe, bem longe desse esquema tosco.
Lonesome é gay, é australiano, é um drama bom, fora dos clichês todos de amiga bicha lôca, amiga drag, amiga cis malucona, príncipe encantado de comédia romântica.
Aqui vemos a história de Casey, um cara que foge de sua cidade no interiorzão australiano e cai na perdição da cidade grande com grindr apitando o tempo todo.
Ele lá no meio do nada, tinha um “namoro escondido” com um cara casado.
Quando descobriram, deu tanto rolo que ele achou melhor ir embora da cidade literalmente com uma mão na frente e outra atrás.
Logo ele descobre que consegue uma cama pra passar a noite se ele achar alguém em algum app a noite, quase que em troca de sexo.
Logo ele conhece um cara que oferece o sofá de sua casa e uns trampinhos de faz tudo pra ele conseguir algum dinheiro, já que Casey não tem nenhum.
E de sofá em sofá (oi sofábio), Casey vai se virando e tentando superar o trauma de casa e o quase trauma maior que está sendo viver na cidade grande sem perspectiva alguma.
O diretor e roteirista Craig Boreham conseguiu escrever um filme carinhoso o suficiente com seu personagem principal apesar de toda a violência de sua história.
Violência que vem lá da cidade pequena até as consequências dos sofás que ele procura para evitar passar suas noites na rua.
Casey, vivido pelo bonitão Josh Lavery, que passa o filme mais pelado do que vestido, é lindo, educado e desesperado.
Desesperado por carinho, por atenção, por compreensão e por um ombro amigo, por alguém que entenda sua história e que possa de alguma forma ajudá-lo, nem que seja com uma frase de conforto, já que onde ele vivia, ele não tinha amigos gays, nem ninguém por perto que tivesse o mesmo tipo de experiência que ele viveu.
Eu achei bem ousadas as cenas de sexo e principalmente como o diretor usa essas cenas para mostrar a fragilidade de seu personagem principal.
E o que poderia ser até considerado como exploração do sexo, uma sexploitation juvenil, acabou funcionando muito bem nesse drama de crescimento e de auto conhecimento.
NOTA: 🎬🎬🎬1/2