Nightclubbing: The Birth of Punk Rock in NYC com certeza é o filme que eu precisava assistir nestes últimos dias por motivos de estar com os bagos na lua querendo chutar alguma coisa que quebre muito.
Comecei vendo o documentário que conta a história do lendário, amado E odiado Max’s Kansas City, o berço do rock underground e revolucionário da NY dos anos 1970.
E terminei rindo muito ao descobrir que o fundo “fofo” do documentário era (tentar) provar que o punk nasceu no inferninho e foi “roubado” pelo inglês que por lá estava perdido Malcolm McLaren, que espertão, atravessou o lago atlântico com a ideia debaixo do braço e lá criou os Sex Pistols com dinheiro da loja de roupas da esposa E gênia Vivenne Westwood.
Tudo isso depois de assistir um show dos New York Dolls e pirar o cabeção.
Pra isso tudo, o diretor Danny Garcia entrevista um belo de um punhado de sobreviventes daqueles tempos, de Iggy Pop a Alice Cooper para contar as história do Max’s, de sua rivalidade com o CBGB.
De como um restaurante na frente, com um inferninho atrás derrubava tudo com os rock absurdamente pesado de Cooper, com o show abilolado dos super bem vestidos Dolls, de como as bandas imploravam para tocar lá, como os Cramps fizeram e foram gongados na época.
Assistir Nightclubbing é entender o quanto o underground sempre foi e sempre será o maior “paridor” de, no caso rock, mas da melhor arte possível.
O niilismo, a falta de dinheiro, a falta de onde morar, o foda-se e até o punk “faça você mesmo” só foram possíveis porque os artistas não tinham opção. Nenhuma.
Eles chegavam cedo ao Max’s pra comer a comida grátis que era oferecida e ficavam lá trocando ideia e bebendo e se drogando porque não tinham nem pra onde ir e muito menos pra que ir.
Assistir o Billy Idol contar de sua primeira vez no Max’s é demais, dá pra ver a surpresa dele 40 anos atrás em sua voz.
Ouvir desse povo que o show do Suicide era sim o mais improvável e absurdo de todos é confirmar os meus sonhos.
Ouvir que o Bowie foi apresentado ao Iggy Pop numa noite bem “baixa”, é meu sonho.
Quando eu acho que já li tudo sobre as quantidades absurdas de drogas que a dupla consumia para “criar”, vem um filme desses e me dá um safanão pra eu acordar.
O legal deste filme é que todas as histórias que a gente lê e relê sem cansar nos livros e nas publicações sobre nossos ídolos que nos 70’s criaram tudo o que o rock e por consequência a música pop é hoje, é impagável.
Ver o Alan Vega falando me fez chorar.
Ver esse povo todo velho mal parando em pé mas com as melhores histórias para contar, me fez sorrir muito.
E a surpresa do filme: ver o Sonny Vincent dos Testors dando entrevista, eu quase morri de susto. E depois ver os caras tocando no Max’s, que preciosidade.
Nightclubbing: The Birth of Punk Rock in NYC já entrou pro meu top 5 de melhores documentários de rock da vida e se dinheiro eu tivesse, abriria meus cofres pro diretor Garcia porque pra conseguir esse povo todo falando pra sua câmera, o cara deve poder mais ainda.
NOTA: 🎬🎬🎬🎬🎬