363/2021 C’MON C’MON

Essa semana entre Natal e Ano Novo é linda demais porque vazam todos aqueles filmões que a gente esperou o ano todo.

Os produtores desesperados por possíveis indicações ao Oscar liberam tudo.

E eu fico bem feliz.

Ainda mais depois de assistir C’mon C’mon, um dos filmes mais “bem vendidos” pela A24, o que me deixou com um pé atrás.

Mas olha, que filme lindo!

C’mon C’mon é dirigido pelo muito bom, muito bom mesmo Mike Mills, diretor do grande Mulheres do Século XX, lembra?

Desta vez ele fez um filme sobre Jesse, um menino de seus 10 anos de idade que passa uns dias com o tio enquanto sua mãe (Gaby Hoffman, uma das minhas preferidas) cuida de seu pai que teve uma crise nervosa e precisou ser internado.

O tio do menino Johnny, vivido pelo maior de todos Joaquin Phoenix, mais uma vez quebrando tudo, é um documentarista que está viajando o país entrevistando crianças da faixa etária de seu sobrinho, perguntando sobre o futuro.

Enquanto isso ele lida com o presente de uma criança única, como todas as crianças que ele entrevista, só que desta vez ele fica com essa criança 24 horas por dia e o amor que ele tem pelo sobrinho é de aquecer o nosso coração.

Jesse é um personagem que poderia facilmente sair de controle mas com a direção de Mills, o quanto esse cara sabe dirigir ator e sabe exatamente o que quer, a gente vê na tela um dos grandes personagens do ano, vivido por um jovem ator de 11 anos de idade, Woody Norman, que além de tudo vive um americano, obviamente sem sotaque algum.

C’Mon C’Mon me deixou tão embasbacado que chegou uma hora que eu achava que o Joaquin Phoenix estava fazendo papel de uma mulher, apesar de sua bela barba branquinha (neste filme em preto e branco), de tão carinhoso e atencioso ele é com seu sobrinho.

Todos os problemas familiares que envolvem o menino Jesse não chegam até ele de forma ruim.

Ele sabe que seu pai tem problemas mentais, que sua mãe trabalha demais e cuida da família toda, que seu tio já perdeu um filho e muito mais.

E isso tudo é entregue de forma tão delicada em um roteiro construído com atenção e presteza que fazem o menino de 11 anos aparentar e agir como uma criança de sua idade mesmo quando ele lida com esses problemas todos.

Fazia tempos que não via uma criança ser tratada como criança mesmo em um filme “de gente grande”, sem forçarem uma “esperteza” para chamar a atenção em meio a um monte de adultos problemáticos e acho que essa é a grande qualidade de C’mon C’Mon.

NOTA: 🎬🎬🎬🎬1/2

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2 pensamentos sobre “363/2021 C’MON C’MON

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