Bob Cuspe, Nós Não Gostamos de Gente é incrível.
A animação baseada na vida e obra do maior punk brasileiro, o personagem criado pelo grande Angeli, é uma mistura de documentário e ficção.
Literalmente.
E o mais legal é que tudo no filme é feito em animação, inclusive as partes documentais.
Ver o punk que me representou por toda minha juventude nos jornais e nas revistas ganhar vida na tela foi muito emocionante.
Ver o Angeli velhão é muito legal, com a mesma atitude de seu alter ego Bob Cuspe, que ele “matou” tempos atrás nos quadrinhos, assim como “matou” a sua personagem mais icônica Rê Bordosa (pela Grace Gianoukas), que faz um cameo lindo no filme, inclusive.
Mas o roteiro do diretor Cesar Cabral não é tão bom quanto poderia ser.
Ele se perde rápido no vai e vem da ficção com a suposta realidade documental.
A história do Bob Cuspe, vivido maravilhosamente pela voz do grande Milhem Cortaz é ótima. Todos os personagens que participaram dos seus últimos dias nos quadrinhos estão lá.
Mas os monstros Elton John, que apesar de serem bem do mal, importantes demais para a história, não são o suficiente.
As participações do filme, como da Laerte, ficam perdidas em meio a um roteiro perdido que tenta juntar a depressão do Angeli com a do seu personagem punk, não ajudam muito.
Mas os méritos técnicos do filme são imensuráveis.
O filme é uma das coisas mais lindas em animação que eu vi ultimamente.
Tanto que o filme venceu vários prêmios em festivais internacionais e está na short list de filmes que podem ser indicados ao Oscar de animação.
Aí seria um plot twist maravilhoso: o punk da periferia paulistana receber a estatueta dourada do cinema hollywoodiano.
NOTA: 🎬🎬🎬1/2