012/2022 UNCLENCHING THE FISTS

Unclenching The Fists é um filme russo, de uma região chamada Ossetia onde tudo parece mais estranho do que um filme russo já parece normalmente.

O filme é sobre Ada, uma jovem que mora com seu pai e com seu irmão menor e que só quer sair de casa, ir pra outro lugar, casar, fugir, sumir.

Qualquer dessas opções que a tire mais rápido de uma vida que ela odeia.

O filme ganhou o prêmio máximo na mostra Um Certo Olhar no festival de Cannes de 2021 e é o representante da Rússia na corrida pelo Oscar Internacional deste ano.

Enquanto eu via o filme eu não entendia o porquê de tanta festa em torno desse filme.

Até que eu entrei na história da diretora Kira Kovalenko e acabei gostando muito do filme mas não sei se pelos motivos certos.

O título do filme quer dizer “abrindo os punhos”, que representa duas coisas no filme.

Uma literal, já que o pai de Ada sofre de uma doença qualquer que de repente ele fica meio que petrificado, seus punhos se fecham, se corpo enrijece e ele precisa ser levado imediatamente para o hospital para tomar injeção.

Mas o real significado é que Ada leva uma vida como se tivesse alguém a segurando. E tem.

Seu pai não deixa que ela faça nada, a ponto de esconder seus documentos.

Seu irmão também tem Ada sob vigilância velada o tempo todo.

Parece que é amor mas não, é abuso.

Ela tem que usar cabelo curto porque o pai quer. Ela não pode usar perfume porque o pai não deixa.

E assim vai.

Mas Ada tenta namorar, se apaixonar pelo ruivo do bairro para que possa casar e ir morar com ele.

Como disse, qualquer coisa menos continuar na casa do pai.

Até que chega seu irmão mais velho, que havia fugido de casa anos antes, o que parece ser a solução para os problemas de Ada.

Tadinha.

O filme da diretora Kovalenko é um horrorzinho.

A vida de abuso que Ada leva é pesada.

E Kovalenko faz questão de nos mostrar o quanto é pesada, o quanto é complicado viver sendo perseguida e tolhida o tempo inteiro.

O filme é tão punk, tão sem limites (no melhor dos sentidos) que perto do final a diretora brilhantemente junta a metáfora do título a uma situação real e inesperada.

Surpresa das melhores.

NOTA: 🎬🎬🎬🎬1/2

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