Numa preguiça brava de marketing, poderia-se vender Os Camarões Brilhantes como o Priscila – Rainha do Deserto francês.
O que não seria de todo ruim, até um belo de um elogio.
Apesar de ter um monte de gays em um ônibus viajando um monte por uma boa causa, as semelhanças terminam aí.
Os Camarões Brilhantes são um time gay de polo aquático francês, sim, da vida real. Sabe camarão, né, corta a cabeça e come o rabo.
Então.
O filme conta a história de quando eles participaram dos Queer Games na Croácia, os Jogos Olímpicos gays.
Mostra principalmente como chegaram lá, quando um famoso nadador homofóbico francês foi punido e teve que treinar o time queer.
Os Camarões Brilhantes não é um filmaço, mas é tão fofo e divertido que por vezes até faz os olhos marejarem.
Sabendo que a história é real, deixa tudo mais bacana ainda.
É bem legal ver o quanto o time, que apesar de dedicado não se levava a sério, chegar onde chegou com a ajuda de um cara tosco que, obviamente vai sofrer muito com isso.
O filme é cheio de estereótipos gays em um roteiro quase didático que eu acredito que de propósito para alcançar uma audiência não tão simpatizante e que desconheça o feliz mundo do arco íris.
Essa é sua grande qualidade mas também o seu maior defeito, é quase um filme de sessão da tarde sem muito do que poderíamos esperar numa comédia melodramática, meio que o filme teria restrição a público de 13 anos quando esperaríamos uma restrição para 18 anos.
Mas a ousadia que falta não é só na “picância” (ops) do filme mas também na profundidade da discussão toda do homofóbico hetero, do homofóbico gay e principalmente da transfobia em geral.
Mesmo assim, é uma delicinha de filme, com um final bem bacana, bem pra cima, perfeito pra esses nossos dias toscos.
NOTA: 🎬🎬🎬
Um pensamento sobre “145/2020 OS CAMARÕES BRILHANTES”