A Mulher Na Janela é um suspense hitchcockiano dirigido pelo inglês Joe Wright e estrelado pela ex-sonsa Amy Adams que estreou na Netflix essa semana.
Odiado por toda a crítica, sinto informar que eu amei o filme.
Seria difícil odiar um filme com uma lista de coadjuvantes dessa: Gary Oldman, Julianne Moore e Jennifer Jason Leigh.
Se você ama Hitchcock, sua cara de pau e suas dribladas mirabolantes para chegar a roteiros geniais; se você ama o filho mais bem sucedido do mestre inglês, o americano Brian De Palma e sua assumida popice maravilhosa para contar os grandes suspenses dos últimos anos, não tem como não amar a história dessa doidona.
Am Adams é Anna, uma psicóloga agorafóbica que vive em um casarão lindo e decrépito em NY, com escadaria vista de cima e de baixo incessantemente e com porão onde vive um inquilino.
Pra te lembrar, agorafóbica é aquela pessoa que não pode sair de casa que pira. Anna, por exemplo, desmaia. Apaga.
Ela fica olhando por suas janelas o que acontece na sua rua e a novidade é uma família que se muda para a casa exatamente em frente à sua.
Família “fofa”, com pai autoritário, mãe doidinha perdida, filho adolescente absolutamente perdido, prato cheio para a detetive dentro de Anna.
Ela fica muito ao telefone com a filha pequena e o marido, de quem ela está separada e pra quem conta tudo o que acontece no seu dia a dia.
E nessas conversas a gente aprende um pouco sobre como Anna foi parar onde está.
Ela consegue receber visitas, como a do adolescente vizinho, da mãe do menino, do seu inquilino e do seu psicólogo que tenta ajudá-la nesses dias ruins que já duram meses.
Enquanto as coisas vão ficando mais e mais estranhas na casa da frente, o diretor Joe Wright vai mostrando que ele tirou nota 10 em todas as aulas de Hitchcock que ele teve na escola de cinema.
Todas as referências estão certas, todos os filmes do mestre citados funcionam para construir o roteiro e o melhor, ele sabe que Hitchcock sempre foi um diretor pop, que seus filmes sempre foram entretenimento, só que dirigidos por um gênio.
Hitchcock foi um dos poucos diretores que fazia o que queria com a câmera e melhor ainda, com seu elenco.
Ele reinventava a narrativa cinematográfica a cada filme que fazia na maior cara de pau.
E a cara de pau do mestre inglês era tanta e tão brilhante que o transformou em ícone, em referência.
Joe Wright sabe de tudo isso e reverencia esse ídolo com um filme fresco, divertido e o melhor de tudo, despretensioso.
Brincadeira boa: descobrir quais filmes do Hitchcock são referenciados neste suspense.
NOTA: 🎬🎬🎬🎬
30 segundos ou menos:
Trailer:
Um pensamento sobre “136/2021 A MULHER NA JANELA”