024/2022 MUNIQUE: NO LIMITE DA GUERRA

O novo drama de guerra lançado pela Netflix é o tipo de filme que me irrita muito.

Munique: No Limite da Guerra é baseado numa história real, a conferência de Munique, que aconteceu 1 ano antes do início da II Guerra Mundial, quando líderes da Inglaterra e da França foram a Munique se encontrar com os amiguinhos Hitler e Mussolini e com eles assinaram um “tratado de paz” que não foi cumprido, obviamente.

Mas a melhor parte do filme, baseado em um livro, é ficção.

Um diplomata inglês e um alemão, que estudaram juntos em uma universidade inglesa e se separaram por divergências políticas, se encontram durante a conferência para tentarem acabar com a iminente guerra, a partir de informações que o alemão possui.

Ele tem um documento, que quer entregar ao primeiro ministro britânico que diz exatamente que Hitler não pretende manter o tal acordo assinado.

E e o primeiro ministro não acreditar ou aceitar ou quiser usar esse documento, ele pretende matar Hitler, já que esse diplomata faz parte da resistência alemã.

Bom, sem dar spoiler, a gente sabe o que aconteceu.

Mas esse tipo de interferência histórica, apesar de me irritar, me irrita menos do que a que o Tarantino fez em seu Era Uma Vez… Em Hollywood onde ele muda o real e apresenta uma versão pessoal para o (não) assassinato de Sharon Tate, daí sim imperdoável pra mim.

O diretor Christian Schwochow faz um filme correto, caprichado, com tudo certinho mesmo.

Mas isso não quer dizer que Munique seja um grande filme.

Não é ruim, mas não é excitante, não nos deixa roendo as unhas, o que deveria ter acontecido, principalmente por focar tanto o filme nos personagens da vida real e ele não serem nada empolgantes.

Hitler é vivido pelo pior ator que poderiam ter colocado para fazer esse papel, um orelhudo de cabeça pontuda que mais parece um imitador ruim do Hitler.

E Chamberlain, o primeiro ministro britânico que foi defenestrado logo depois desse encontro por ser um idiota, é vivido lindamente pelo Jeremy Irons, só que é um personagem sem carisma, como eles mesmos dizem, um velho beberrão sem culhão.

Já os amigos ficcionais deveriam ter mais ainda tempo de tela, deveriam ter uma história mais forte da amizade pré separação, como o diretor deixa nas estrelinhas e mais, deveriam ser mostrado mais fortes e menos caricatos.

O alemão é lindo, bem vestido, inteligente, esperto (vivido pelo bonitão Jannis Niewöhner) e o inglês é mal ajambrado, com cara de bobo, desesperado, de cabelo mal penteado (vivido pelo ótimo George MacKay).

Mas essa dicotomia boba acaba tirando a força do que eles tentavam vender de golpe de estado e salvação do mundo e resultou um filme que é um thriller sem suspense.

Uma pena.

P.S.: o que me espantou neste filme foi ver uma produção tão grandiosa e tão cheia de dinheiro, depois de tanto tempo assistindo filmes indies, de baixo orçamento, principalmente os representantes ao Oscar 2022 de países pequenos com cinematografiasperiféricas.

NOTA: 🎬🎬🎬1/2

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