103/2022 X

No aniversário de 18 anos do blog eu fiquei feliz que “estreou” X, a nova promessa de horror da queridinha A24.

Que legal, pensei, vou poder comemorar falando de um #alertafilmão.

Sonho meu.

X é mais um filme que não resiste ao hype da produtora e distribuidora que todo mundo ama.

Acho que menos eu, porque como sempre digo aqui, os caras são muito bons de marketing e muito ruins de entrega.

X é mais uma prova disso.

Um filme violento bem gore, cheio de sangue, como a gente tanto gosta, mas feito por um diretor tão, mas tão pretensioso que deu até sono.

Ti West é o nome do cara que teve até que uma ideia boa: um grupo de malucões, lá em 1979, aluga um sítio de um casal de “velhos decrépitos” no meio do nada para fazer um filme pornô, obviamente que sem avisá-los.

O produtor do tal filme é também dono de um clube de striptease e leva suas 2 principais (únicas?) dançarinas para fazer o filme, A Filha do Fazendeiro.

No caso o fazendeiro, que não aparece, tem 2 filhas que tratam super bem um desconhecido que chega perdido na tal fazenda depois que seu carro quebrou, pedindo ajuda e adivinha, clichê, por acaso ele é um negro de p@u enorme que transa com as fofas.

E esse é o pornô.

Ou seria, se alguns detalhes não acontecessem no meio do caminho, como por exemplo a assistente de câmera resolvesse aparecer no filme e lá se vai mais uma cena para “estragar” o roteiro do diretor que quer revolucionar o pornô fazendo um filme com referências ao cinéma verité francês.

Pera, eu ouvi alguém aí gritar “clichê”? É, ouvi, e quem gritou está certo.

O filme que poderia bem ser o horror que a A24 vende na verdade é resumido a essa premissa do diretor que faz uma coisa querendo ser outra e que no final não consegue ser nem um nem outro.

A única coisa que presta em X é o elenco, encabeçado pela minha, pela nossa musa Mia Goth e pela cada vez mais incrível Brittany Snow.

Tem ainda Kid Cudi como o dotadão, Jane Ortega como a assistente que vira atriz, Owen Campbell como o diretor pretensioso (Ti West?) e Martin Anderson como o cafetão/produtor/ fortão de cuequinha.

Sabe o que me irrita mais ainda? O diretor fez questão de usar um truque muito tosco em uma das personagens do filme, que não levam a nada, a não ser um comentário besta demais no final do filme que, de novo, não leva a nada e muito menos justifica uma leitura diferente do filme, que poderia ter acontecido, inclusive poderia ser a grande jogada do filme, se o tal West não fosse preguiçoso no roteiro, que a gente torce pra ter alguma coisa além do que o filme nos mostra, que é um monte de cenas que “homenageiam” filmes conhecidos, que a gente já viu à exaustão muito melhor filmadas.

O filme tem a cara de O Massacre da Serra Elétrica, com ares de Psicose e Alligator, o que poderia ser muito legal, mas fazia tempo que não via um diretor tão preguiçoso, inclusive para usar suas referências, como este.

(Minha nota baixa talvez seja revista daqui um tempo quando eles lançarem Pearl, o filme que foi feito ao mesmo tempo que X, sobre a juventude da lokona tarada dona do sítio.)

NOTA: 🎬🎬

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5 pensamentos sobre “103/2022 X

  1. Esse filme saiu tão hypado que eu esperava mais dele. Acho que levaram ele tão a sério que acharam possível filmar um casal de idosos com uma idade tão avançada matando 5 pessoas de um jeito tão fácil sem parecer uma paródia, o resultado é estranho com um certo problema de ritmo. A construção dos personagens é o forte do filme, tem bons diálogos, mas faltou também um desfecho mais emocionante ao meu ver. Na minha opinião prefiro o Taiwanês “The Sadness” (2022).

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