Normal People é uma das melhores mini séries dos últimos anos, sucesso de público, de crítica e o melhor, objeto de lançamento de 2 nomes que vieram pra ficar, Daisy Edgard-Jones e Paul Mescal.
Normal People acompanha a história de um casal improvável, ela filha de uma família rica e ele filho de uma mãe pobre, que inclusive trabalha como faxineira da família rica.
Só que eles estudam juntos e o amor entre os 2 vai longe, tão longe quanto suas vidas vão se cruzando.
Coincidentemente (ou não), na mesma semana aparecem para eu ver os 2 filmes novos da Daisy e do Paul, duas promessas do cinema, principalmente de Hollywood, que caiu matando em cima de ambos para que fossem da chuva inglesa pro sol californiano.
Hoje vou falar do filme da Daisy e amanhã do Paul e mostrar o quanto carreiras são totalmente únicas, com controles diferentes e principalmente o quanto a gente pode concluir a partir das escolhas que os artistas fazem.
Um Lugar Bem Longe Daqui é uma super produção capitaneada pela Reese Witherspoon e sua produtora de mulheres, por mulheres e como vemos aqui, para mulheres.
O filme é baseado em um livro escrito por uma mulher, Delia Owens, que conta a história de Kya, uma super caipira que nasceu e vive no meio do nada dos pântanos do sul dos EUA. Um pai bêbado e violento faz com que sua mãe e seu irmão mais velho fujam de casa por não aguentarem os maus tratos e deixam Kya à sua mercê.
Ela cresce como consegue, sobrevive o pai, sobrevive o sistema de justiça que tenta tirá-la do meio do nada e principalmente sobrevive ao meio ambiente social que não está preparado, ou não quer estar, para ter uma menina tão peculiar, pra ser educado, em seu meio.
Dormiu? Oi?! Acorda!
Pois é, o filme é isso, longo, óbvio e totalmente sem surpresa.
Um Lugar Bem Longe, que é onde vive Kya, sentiria vergonha de existir se nos EUA o povo assistisse a Juma de Pantanal, por exemplo.
Até porque a Kya do filme acaba sendo “educada”, ou domada, de uma certa forma, o que dá exatamente a beleza a uma personagem como a Juma da novela.
Mas entenda: Um Lugar Bem Longe é muito bem realizado, com uma produção impecável, apesar de limpa demais, uma direção competente para a história contada por um roteiro apenas correto.
O grande trunfo do filme é o elenco, com Daisy mostrando que é uma bela de uma atriz mas que aqui já foi super dirigida, com uns cacoetes até de estrelinhas hollywoodianas, o que me irritou muito, tirando uma naturalidade que seria necessária em uma história dessas.
Mas aos poucos a gente vai vendo que de naturalidade este filme não tem nada.
Tudo é bonitinho demais, publicitário demais, limpo demais, até os meninos que gostam de Kya são o cúmulo do catálogo de atorzinho americano e veja bem, a culpa não é deles. Taylor John Smith e Harris Dickinson são bons, quem peca é a diretora Olivia Newman e claro, a produção toda da Reese, que conseguiram transformar uma história de crescimento, de superação total em um monte de sequências bonitinhas mas ordinárias.
NOTA: 🎬🎬1/2
Um pensamento sobre “252/2022 UM LUGAR BEM LONGE DAQUI”