004/2023 O MENU

A comédia de horror O Menu só pôde ter sido produzida e lançada graças ao sucesso internacional dos filmes do multi premiado em Cannes Ruben Östlund.

O cinema cara de pau do sueco começa a dar frutos.

E em seu primeiro filhote, veio não só a esperteza do roteiro, a história mirabolante e surpreendente mas veio também o cinismo.

O Menu conta a história de um grupo de pessoas bem diverso que pagou a bagatela de 1250 dólares para participarem de um jantar exclusivíssimo de um chef de cozinha, considerado um dos mais geniais de nossos dias, vivido pelo sempre maravilhoso Ralph Fiennes.

Os comensais se encontram em um porto e embarcam em um iate luxuosíssimo onde começa a experiência (esse povo pretensioso adora falar em experiência) do jantar do chef Slowik.

Logo aparece um problema: uma das pessoas que deveriam estar lá para o jantar não foi e foi substituída por outra, a jovem Margot Mills (Anya Taylor-Joy), que está acompanhando o bobo Tyler (um Nicholas Hoult de sempre) e que causa um ruído no planejamento da noite, já que o jantar é baseado na presença de todos os “convidados”, entre aspas porque não foram convidados e pagaram muito caro por isso.

O filme vai acontecendo orquestrado pela tal experiência.

Prato a prato vai sendo apresentado pelo chef excêntrico, sempre com histórias ligadas às criações.

Tem alguém que diga que o chef é tão genial que ele é considerado um contador de histórias, mais do que apenas um chef de cozinha.

O texto do chef é muito bom, a comida parece maravilhosa e aos poucos a gente vai vendo o quanto o roteiro vai tirando o espectador da zona de conforto e vai dando guinadas pro lado, digamos, obscuro e radical.

O que parecia uma crítica social a la Östlund, tosca, mas crítica social, na verdade vai se transformando em uma vendeta, em jogos extremos que vão plantando sementes de desespero nos comensais que vão ficando cada vez mais sob o julgo do chef.

A caminhada do roteiro é ótima, o ruma que o filme vai levando é incrível, muito bem escrito e muito bem articulado.

O grande problema do filme é que os porquês são tão estúpidos, tão sem força, que o espetáculo comandado pelo maestro da cozinha acaba desandando como um molho que ninguém quer provar.

NOTA: 🎬🎬🎬🎬

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