283/2022 A MENINA SILENCIOSA

A Menina Silenciosa é um dos filmes mais incríveis que assisti esse ano.

Não porque vai revolucionar o cinema (sempre falo isso, né), mas sim porque conta uma história absurdamente triste de uma forma lindinha demais, o que acaba transformando essa tristeza toda em uma espécie de melancolia boa, ou algo parecido.

A menina silenciosa do título é Cait, uma menina de 9 anos de idade, filha de um casal bem pobrinho cheio de filhos no meio do nada irlandês.

Com a mãe grávida mais uma vez, eles conseguem mandar a menina passar um tempo com uns parentes distantes, pelo menos até o bebê nascer.

Cait é sim silenciosa, calma, centrada, ou pelo menos o quanto uma criança dessas em pleno 1981 pode ser, não porque tem problemas físicos ou neurológicos, mas sim porque não tem com quem falar numa família gigante que pena pra sobreviver.

Na casa nova ela descobre que ela pode tomar banho todos os dias, que existe a possibilidade dela comer em todas as refeições, que ela pode lavar as 3 peças de roupa que ela tem, principalmente sua roupa de baixo, já que sua mãe diz que ela só deve limpá-las em caso de extrema necessidade.

Cait descobre um mundo novo de possibilidades que para nós parecem ser óbvias, mas também descobre que ela pode se relacionar com adultos como esses primos que ela nunca viu antes e que a tratam muito bem, dando carinho ou, no mínimo, conversando com ela e mostrando que se importam.

Cait é uma personagem incrível, alguém que eu há muito não via no cinema.

E como disse antes, sua história de tristezas sem fim é contada da forma mais poética possível, com uma fotografia linda, lânguida, com planos quase em câmera lenta, muito bem pensados para nos mostrar o quanto ela está em outra sintonia que não a desse mundo familiar sem esperanças que ela vive.

O filme é o candidato irlandês ao Oscar de Filme Internacional e tem um detalhe incrível, é quase todo falado em irlandês com um ou outro diálogo em inglês.

NOTA: 🎬🎬🎬🎬1/2

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